Próximo da Ponte D. Luís I, do lado de Gaia, há uma pequena loja que está a fazer furor entre os turistas e não só. Desde logo por se tratar de um local privilegiado de passagem a quem se desloca à margem ribeirinha ou às caves do vinho do Porto. Como não possui montra, o melhor é procurar a porta com uma gaiola pendurada.
Ou, quando está bom tempo, um enorme galo feito de pano.
A Amor de Galo assim se chama "por amor às tradições e se tratar do elemento mais representativo de Portugal" ainda nem fez um ano e, lá dentro, já são mais de 30 os artistas nacionais que ali têm trabalhos à venda.
O projeto é de Ana Raquel Ricardo, 36 anos, formada em Gestão. Sempre viajou muito - fez Erasmus em Budapeste e em Clermont-Ferrand - e acredita no futuro do turismo em Portugal.
"Quando os meus amigos estrangeiros cá vinham, notava que faltava um espaço com uma diversidade cultural em termos de manualidades." A ideia começou a ser pensada há quatro anos e, desde então, tem percorrido várias feiras onde contacta com inúmeros artesãos. O objetivo é procurar reinterpretações do que é genuinamente português.
Assim, neste espaço, encontra carteiras, pregadeiras, molduras, tabuleiros do projeto Leva.Me a partir do coração de filigrana de Viana do Castelo. Temática também presente nas carteiras da Senhora Carica (feitas com tecidos reciclados). Há ainda os típicos xailes portugueses adaptados para carteiras, pulseiras e bandoletas pela Viaarte, linha de botões com tecidos nacionais, sacos com bordado de Guimarães, mealheiros feitos pela Magnólia que recriam os lenços dos namorados, barcos rabelo com velas feitas de chita portuguesa por António Mendonça, ou os invulgares galos de Barcelos articulados de João Gonçalves Ferreira. "Não queria uma loja muito estilizada. Mas antes que fosse como uma casa portuguesa do nosso século", conta Ana. No futuro, gostaria de abrir outro espaço no Porto "com um conceito ainda mais alargado."
TOME NOTAA Amor de Galo vende chita portuguesa a metro