Arts&Crafts

... aquilo que me vai pelo pensamento ...

quarta-feira, maio 30, 2007

Momentos simples mas de magia...

2ªfeira, frio, Ribeira do Porto escura, dia com muitas nuvens, procurava espaços comerciais, os que por mim passavam rotulavam-me como turista, olhava para as casas, para tudo, para as gentes que passavam, mais em número do que em pormenor, mas algo me prendeu o olhar... 2 adolescentes, 15 anos talvez, sentam-se em frente a uma dessas milhentas casas a cair e simplesmente começam a conversar, ela sentada no passeio, ele no patamar... mãos entrelaçadas, sorrisos, simplicidade no olhar, falavam simplesmente de música.

Ás 9horas da manha de uma 2ªf quantos de nós nos lembraríamos de nos sentarmos numa soleira da porta a conversar, a viver o nosso romance apenas com carros e prédios velhos como paisagem??

É na simplicidade que está a verdadeira felicidade.

O Budismo ensina que "parte do sofrimento que experimentamos é auto-infligido e tem origem nos nossos pensamentos e comportamentos.... através da meditação, conseguem identificar os erros e ajustar-se para pensar e reagir de maneira mais realista e honesta. Só assim se libertam de sentimentos como a insatisfação, a raiva e a ansiedade."

nb: sempre fiquei muito nervosa com reuniões em que tinha de apresentar e defender determinadas ideias, consegui melhorar, mas não na totalidade, quando comecei a imaginar que me iria rir do que senti quando tudo estivesse terminado... relativizar os problemas e focar a nossa atenção apenas na concentração, sabendo que jamais iremos agradar a tudo e a todos.

terça-feira, maio 29, 2007

The Secret

<< ... sozinhos podemos mudar tudo o que quisermos na nossa vida, desde que aprendamos a Lei da Atracção.... trata-se de uma lei da natureza que diz que atraímos para nós tudo o que pensamos, negativo ou positivo. E que, precisamente com essa base, temos o poder de modificar o que nos desagrada na nossa vida... O ´segredo´diz-nos que podemos ter tudo o que quisermos, basta pensar e acreditar. ... não conseguimos o que queremos porque nunca o acreditamos possível. Nunca encare uma derrota como definitiva e veja sempre o lado positivo nas pessoas e nos acontecimentos. O resultado final será a seu favor. Se quer ter mais dinheiro não pense nele para pagar dívidas, por que só estará a atrair mais dívidas. Quando se queixa que não tem dinheiro suficiente está a atrair escassez, quando o correcto é pensar em abundância.>>

in Happy de Junho

n.b.:
Todas devíamos ler e reler o resumo nesta revista sobre o novo livro...

Agora digo para mim todos os dias "tenho muito dinheiro, muito mais que tanta gente nesse mundo fora...." e sinto-me milionária :).
Falando sério, sou uma grande sortuda, amigos fantásticos, pais e sogros que estão lá para tudo, um noivo com defeitos mas com imensas virtudes, estou bem, não me falta o essencial para viver.. por isso SOU FELIZ e agradeço sempre a sorte que tenho! E tudo me tem parecido mais cor de rosa e sinto que faço mais feliz os outros, ao transmitir mensagens positivas, sem queixumes, sem tristezas.

segunda-feira, maio 21, 2007

quinta-feira, maio 17, 2007

quinta-feira, maio 10, 2007

MST no seu pior...




CALEM-ME A CRIANCINHA QUE NÃO CONSIGO MASTIGAR



João Miguel Tavares
Jornalista
jmtavares@dn.pt

Estava Miguel Sousa Tavares na TVI a comentar a nova Lei do Tabaco quando da sua boca saltou esta pérola: o fumo nos restaurantes, que o Governo quer limitar, incomoda muitíssimo menos do que o barulho das crianças - e a estas não há quem lhes corte o pio. Que bela comparação. Afinal, o que é uma nuvenzinha de nicotina ao pé de um miúdo de goela aberta? Vai daí, para justificar a fineza do seu raciocínio, Sousa Tavares avançou para uma confissão pessoal: "Tive a sorte de os meus pais só me levarem a um restaurante quando tinha 13 anos." Há umas décadas, era mais ou menos a idade em que o pai levava o menino ao prostíbulo para perder a virgindade. O Miguel teve uma educação moderna - aos 13 anos, levaram-no pela primeira vez a comer fora.

Senti-me tocado e fiz uma revisão de vida. É que eu sou daqueles que levam os filhos aos restaurantes. Mais do que isso. Sou daquela classe que Miguel Sousa Tavares considerou a mais ameaçadora e aberrante: os que levam "até bebés de carrinho!". A minha filha de três anos já infectou estabelecimentos um pouco por todo o país, e o meu filho de 14 meses babou-se por cima de duas ou três toalhas respeitáveis. É certo que eles não pertencem à categoria CSI (Criancinhas Simplesmente Insuportáveis), já que assim de repente não me parece que tenham por hábito exibir a glote cada vez que comem fora - mas, também, quem é que acredita nas palavras de um pai? E depois, há todo aquele vasto campo de imponderáveis: antes de os termos, estamos certos de que vão ser CEE (Crianças Exemplarmente Educadas), mas depois saltam cá para fora, começam a crescer e percebemos com tristeza que vêm munidos de vontade própria, que nem sempre somos capazes de controlar.

O que fazer, então? Mantê-los fechados em casa? Acorrentá-los a uma perna do sofá? É uma hipótese, mas mesmo essa é só para quem pode. Na verdade, do alto da sua burguesia endinheirada, e sem certamente se aperceber disso, Miguel Sousa Tavares produziu o comentário mais snobe do ano. Porque, das duas uma, ou os seus pais estiveram 13 anos sem comer fora, num admirável sacrifício pelo bem-estar do próximo, ou então tinham alguém em casa ou na família para lhes tomar conta dos filhinhos quando saíam para a patuscada. E isso, caro Miguel, não é boa educação - é privilégio de classe. Muita gente leva consigo a prole para um restaurante porque, para além do desejo de estar em família, pura e simplesmente não tem ninguém que cuide dos filhos enquanto palita os dentes. Avós à mão e boas empregadas não calham a todos. A não ser que, em nome do supremo amor às boas maneiras, se faça como os paizinhos da pequena Madeleine: deixá-la em casa a dormir com os irmãos, que é para não incomodar o jantar. |

segunda-feira, maio 07, 2007

quarta-feira, maio 02, 2007

Palavras numa praia algarvia.. calor, Sol e o mar

A vida tem sempre o seu mistério e quando este pretende desaparecer, quando tudo o que se vai passar a seguir parece ser previsível, tudo deixa de ter o gosto do incerto, do medo, dos perigos, do buraco sem fundo...

Aprendemos a recear o incerto, a procurar a estabilidade em todas as faces da nossa vida e quando o alcançamos sentimos um vazio, sentimos mesmo um desejar da infelicidade, ou melhor do risco do futuro ser algo menos bom, longe do que esperávamos.

A vida é esta roda viva, procuramos a plenitude, o equilíbrio da balança e quando finalmente o o encontramos procuramos desesperadamente forma de o destruir, nem que seja na inveja do mundo que nos ensinaram desde cedo, ninguém querer pertencer - dos que nada têm e tudo anseiam!

Está tão perto, bem vizinho do meu presente, assusta-me esta calma, assemelha-se a uma encruzilhada, inveja e mais inveja de quem nada tem! Este equilíbrio antes de mais não tenho a ilusão de ser o melhor para mim, o melhor para mim era ser tudo como eu quero, mas a tal de Democracia... essa não é o melhor para mim, é um desenrolar de cedências, de por vezes nos esquecermos afinal quem somos, para onde queremos ir, afinal que desejamos, que sonhos temos?!
É uma luta diária para não ser desprezível a desejar mais, quando tudo temos dentro dos parâmetros sociais em vigor. E.g.: quanto mais ganhamos mais gastamos, sair com amigos, ser feliz sem dinheiro.. grande questão para a qual não obtive ainda resposta. Ser amada, desejada, odiada, invejada e não poder dizer que afinal não é tudo um arco íris ... a vida são momentos, pedaços de felicidade!

Luto para na simplicidade ser feliz, na forma mais pura, de apreciar o que me dão, o que tenho.. de não criticar quem me rodeia, de não viver em prol de sonhos inalcancáveis, viver o presente e o dia de amanhã, e o futuro como se fosse um rebuçado com papel, que apenas ao desembrulhar poderei apreciar o seu sabor!
....

Em Albufeira entrei numa casa que era uma peixaria, algures no tempo foi uma sala, neste dia apenas vi peixe e mãe e filha de lágrima no olho. A mãe sorriu para mim, para contornar o momento comento "os gatos têm bom gosto, não largam aqui a casa do peixe". A mãe responde-me que cuida deles todos, assim como de 2 gaivotas a quem todos os finais do dia dá restos de peixe, e também alguns animais que apareçam..."tinha uma canina, agora apenas tenho o canino, ela morreu... ele deixou de comer, conto isto porque me parece que vocês gostam de animais... tenho de lhe por uma babete e dar na boquinha as sopas de leite e pão... e vê-lo assim fico triste, que saudades da minha canina (cadela)".
Concluo que as lágrimas iniciais são por ela... na cumplicidade rimo-nos baixinho para ninguém lá fora nos ouvir. Com isto a filha abre o coração e diz que é uma ´perdida´por animais, não os pode ver abandonados, já tem lá em casa 5 e uns quantos que alimenta junto ao emprego, a caminho de casa, etc.. É mãe mas diz que tal como a filha os caninos são filhos, merecem a vida com muita felicidade. Compreendo porque ainda hoje choro ao lembrar-me da minha bela gatinha branca, que realmente são mais importantes que outros seres humanos que nos rodeiam. A mãe diz no meio de lágrimas "e sabe, mataram-me o marido no hospital, foi lá para limpar uma veia e já não voltou..." sinto urgência em sair, não sei que dizer, não há nada a dizer, silêncio, as minhas lágrimas ultrapassam sempre a razão ..." o canito vai lamber o retrato do dono, continuo sem conseguir entrar pelo portão do quintal, lembra-me ele a entrar, o cão a saltar para ele, a dar-lhe um beijo, pouco tempo passou, mas esses doutores mataram-me o marido....